TÂNIA R. VOIGT

A Poetisa do Encanto e Magia



MARCA DA POETISA






quinta-feira, 20 de agosto de 2009

CARTA ABERTA A CLÁUDIO VOGEL, POR SEU TRANSPLANTE DE FÍGADO NA COLOMBIA...



CARO SENHOR CLÁUDIO VOGEL,


Hoje eu estava fazendo aquilo que mais me dá prazer, que é ler. Gosto de ler porque além de me propiciar entretenimento, ainda me ajuda a enriquecer meus conhecimentos e não me custa caro, já que não sou uma abastada que possa viajar, para fazer um intercâmbio cultural, por exemplo. Mas, então, eu estava lendo e me deparei com um artigo que comentava acerca da disparidade social, do que seria ou não justo em nossa forma de ver e avaliar o que vimos. Ocorre que quem escreveu esse artigo, senhor Cláudio, usou de metáforas e as pessoas que o leram e foram comentar disseram sandices, simplesmente porque não entenderam nada do que leram. Então, eu comecei a pensar essas coisas que seguem e por fim, lembrei da matéria que li no ZERO HORA do dia 09/08/09, que falava sobre a sua saga em busca de um doador para fazer um transplante de fígado... Imploro que não se zangue, nem se ofenda comigo, mas eu achei importante que o senhor soubesse o que eu pensei nesse momento... Por isso, peço-lhe que leia o que segue. Mas, antes, note que eu iniciei me referindo ao artigo e que só depois, me ative a matéria dominical. Agora, por favor...


¨Que mundo é esse?! Que mundo é esse que critica, aponta, julga, condena e ao mesmo tempo não vê nada? Serei eu uma completa imbecil, ou de fato ninguém entendeu nada quando a luz se fez presente? Serei eu que enganada, fixava meus olhos no reflexo dessa luz, ou os demais que se encandearam dela?Que mundo é esse?! Que me faz sentir tão pequena, tão cega, tão fora de meu habitat e depois, me revela cenas dessa envergadura? O que é ¨ser grande¨?Ser grande é aplaudir as palavras de um empresário dono de multinacional por ter dito que para quem tem posses, poder aquisitivo, DINHEIRO(!), sempre pode haver uma luz no fim do túnel? E para os que não tem essa sorte?!Acaso DEUS cobrou alguma coisa a alguém para vir habitar esse mundo?! Teria ELE ¨escolhido¨ quem poderia ou não sobreviver nessa Selva de Pedras?!Quando nos colocou nesse mundo, por acaso, ELE disse que as pessoas dessa ou daquela casta deveriam ter mais méritos que as de outras classes sociais?! Ou que as pessoas de uma raça, ou credo, não poderiam ajudar as demais? ELE disse isso?! ONDE? QUANDO?

Olho é olho, coração é coração, fígado é fígado, cérebro é cérebro em qualquer lugar. APLAUDO a Colômbia por sua legislação permitir a doação indistinta de órgãos a QUALQUER PESSOA QUE NECESSITE EM SEU TERRITÓRIO, independente de ser ou não colombiano. Mas, LASTIMO A COBRANÇA por esse ato. Cláudio Vogel podia desembolsar US$ 100 mil para, como ele mesmo disse: trazer seu sorriso de volta. Mas, será que a família do doador desse fígado, tem as condições básicas de sobrevivência? Quem seria esse doador? Um homem, pai de família? Não estaria então, a mulher e os filhos desse doador passando necessidades, já que seu pai foi, de alguma forma, arrancado do convívio dessa família de uma forma inesperada? Ou quem sabe seria uma mulher? E alguém dependia dessa mulher? Também poderia ser um jovem... Ninguém sabe.

É óbvio que o senhor Vogel não tem culpa do que aconteceu com o doador, nem com o que acontece com a família deste. Todavia, já que pode pagar tão caro por um órgão (e eu, embora ache isso completamente errado e sem nexo, faria o mesmo que ele fez, se eu precisasse para mim, ou para um ente querido meu e tivesse condições para tal), que lhe trouxe novamente a saúde e a vontade de sorrir, como prova de gratidão, poderia no mínimo, pagar para que mais um DAQUELES QUE NÃO TEM POSSES (entende senhor Vogel?), para que também, pudesse ser agraciado pela sua mesma sorte.

Senhor Vogel, o senhor já viveu 55 anos e quer viver muito mais. E vai viver! E vai ser feliz, com a graça de DEUS, que não lhe cobrou nada para isso. Pois quem cobra a vida humana são os próprios seres humanos, aqueles maus e gananciosos que mais se parecem com verdadeiros abutres, que vivem à espreita da desgraça alheia... Usando os outros por trampolim. Mas, DEUS não nos cobra nada. Agora, eu queria que o senhor que já sofreu tanto e lutou tanto nessa vida e que por conseguinte, deve ter um coração sensível, que parasse pra pensar em quantos meninos e meninas, CRIANÇAS, senhor Vogel, com dez, doze anos de idade, estão em fase terminal numa fila de espera para receber um fígado, um coração! Que nós sabemos que dificilmente chegará a tempo, porque ELES NÃO TÊM POSSES, senhor CLÁUDIO VOGEL. Eles não têm posses...


MAS O SENHOR TEM!


Então, sugiro que o senhor, faça entre os brasileiros, um sorteio justo, sem olhar político, ou de qualquer outro interesse que não seja o de ajudar uma criança a sorrir. Um sorteio para escolher a quem o senhor vai disponibilizar de igual quantia para dar uma chance de ver ¨uma luz no fim do túnel¨. Mas, antes de fazer o sorteio, peça a um dos seus servidores que faça uma pesquisa caprichada em todos os hospitais brasileiros, sobre os jovens de dez a vinte anos de idade que estejam em filas de espera por transplante, do que eles necessitam e de quais são as suas chances de sobrevida diante da espera, do tempo que lhes foge e rouba a vida... Depois, classifique os casos mais urgentes. Em seguida, sugiro que faça uma oração e agradecendo a DEUS pela sua própria recuperação, rogue-LHE para que seja sorteado aquele que DEUS sabe que mais necessita. E só então, retire o nome do sorteado e proceda com os trâmites para a realização dessa caridade que o tornará um ser iluminado e muito mais merecedor da graça que DEUS lhe deu: SUA VIDA!

Antes de concluir meu pensamento quero lhe dizer senhor Cláudio Vogel, que minha revolta não é contra o senhor, ou contra a sua cura, de forma alguma! Eu folgo que o senhor tenha obtido o êxito com a sua luta pela própria sobrevivência e pela felicidade. Penso que todos nós devemos fazer isso: Lutar pelo que nos é justo e direito. A minha revolta, senhor Vogel, é pelo sistema que nos cobra aquilo que nos foi dado pela graça e bondade de DEUS, que é PAI de todos nós: ricos, ou pobres...Rogo a DEUS que agora, ilumine os seus pensamentos e os seus sentimentos e que ainda, lhe derrame muitas bênçãos em forma de saúde, paz e sucesso em seus empreendimentos!


PS: Agradeceria ainda, se o senhor se dispusesse a lutar juntamente comigo e com todos aqueles que acharem por bem, QUE A NOSSA LEGISLAÇÃO (BRASILEIRA) PRIVILEGIE A VIDA, indistintamente e sem qualquer ônus. Apenas a VIDA. Não importando ser de um brasileiro, asiático, latino-americano, ou europeu. Pobre ou rico, cristão, ateu, ou judeu, branco, amarelo, negro ou índio... apenas homens e mulheres, filhos de um mesmo DEUS. GRATA! E que DEUS o abençoe!

Tânia Regina Voigt

Publicado no Recanto das Letras em 20/08/2009
Código do texto: T1764598

NÃO TEM JEITO




NÃO TEM JEITO


Não tem jeito que tu possas negar isso:
Meu coração já é teu, que posso fazer?
Passo o tempo todo pensando só nisso...
Que é teu, só teu, todo o meu amor e querer.

Pois tens um quê de pecado e de feitiço
que me embriaga, que me faz renascer.
Não tem jeito que tu possas negar isso:

Meu coração já é teu, que posso fazer?
Coração doido! Só podia dar nisso...
É só pensar em ti pra ele enlouquecer.

Vê que não tenho culpa se te cobiço
já que é sim, só por ti que ele está a bater.
Não tem jeito que tu possas negar isso!

Tânia Regina Voigt

Publicado no Recanto das Letras em 24/11/2007
Código do texto: T750247

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

NUMA MANHÃ DE BRUMA




NUMA MANHÃ DE BRUMA


Sob largas nuvens de espuma,
espalhadas nos confins,
que a mãe natureza arruma
entre os anjos querubins.


Naquela manhã de bruma,
entre as rosas e os jasmins,
andamos sem pressa alguma
pelos mais belos jardins.


Mil paisagens encantadas,
num silêncio profundo,
partilhamos de mãos dadas!


E num eterno segundo
nossas almas abraçadas
clarearam esse mundo...

Tânia Regina Voigt

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

LÍRICO ENIGMA



LÍRICO ENIGMA

Que clave abrigas nessas belas partituras
e tão suaves lavras? Que enigma tu apuras,
que permeia o acorde melodioso e a sós,
espargindo sons angelicais de tua voz?

Será o arcano dessa melodia celeste
o mesmo arcano que faz dessa vida um teste?
Ah! Mas, é a perfeição das tuas entrelinhas
e o doce toque ensejado em tão leves linhas...

Que inspiram à poetisa um terno poema,
e a enamorada um canto para o ser amado.
Quão delicadas surgem então, essas rimas...

Que nome mais arguto não houvera em cena.
E chamaram-te do jeito mais delicado
de ¨Soneto¨. A maior de tantas obras-primas.

Tânia Regina Voigt