TÂNIA R. VOIGT

A Poetisa do Encanto e Magia



MARCA DA POETISA






sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

ESPERANÇA DESCORADA




ESPERANÇA DESCORADA


A esperança anda descorada.
Muito lívida, porque falta.
A esperança é morta...
E a quem isso importa?
Se tudo o que existe nesse ser triste
é a busca dos sentidos
por sentido inexistente.
Observo e ouço, tateio à escura certeza
de minha gelada solidão, e procuro...
Minha mão desliza em algodão,

mas sinto o gosto amargo da tristeza.

Nas ruas vejo o grito silencioso
dos meus pares, ou que poderiam ser...
Suas risadas são plásticas, tal máscara.
E os gestos são de quem está cansado de viver...
Sinto o vento assoviando em árvores altas,

então percebo que ainda vivo... Vivo?!
Em seguida ouço o canto dos pássaros

costurando audazes, o vento sul.
Cubro o retrato do anjo,

que tem em meu quarto,
com um manto azul,

e beijo seu rosto triste que me fita.

Protege-me, meu anjinho,

com teus olhos lassos...
Guia-me para que eu ache meus passos
Pois, as cordas que me sustentam

nesse mundo
estão cada vez mais frágeis, se partindo...
Meu coração está sangrando outra vez.
Assim, calço os pés nas nuvens
e ergo meu corpo no espaço.
Vou à busca do que meu ser está pedindo,
vou em busca de teu abraço.

Mas, vejo o céu pichado de negro,

tatuando sombras no chão.
Meu corpo tremeu a noite inteira,
a madrugada já cai feito goteira.

E o silêncio grita alto!
Quisera poder de um salto,

unir essa paralela, levantar,

caminhar e te ver chegando pela janela...
Eu correria abrir meu mundo pra ti,

porque eu te amo tanto!
Mas, o sonho é quimera, a esperança é vã.
E a mim só restou-me esse pranto...
Além da espera desesperançada,
crua adoentada, de quem nessa vida...
não passa de um nada!

Tânia Regina Voigt

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A BELEZA EM TUDO




A BELEZA EM TUDO


Muitas vezes me vi por lágrimas embriagada.
E elas eram doídas e com grande amargor.
Num mar delas eu vivia afogada
e em meu peito já nem cabia mais dor.

Mas, de repente o mundo parou de girar.
E uma lágrima ficou em meu rosto estacionada.
Alguma coisa estava pra se transformar...
Então, eu queria falar, mas não dizia nada.

O ar se tornou mais leve,
a nuvem mais doce.
A tristeza fez greve...
E planei como se pássaro fosse.

Pude então, sem tu saber,
ouvir de ti as palavras todas escondidas
que nunca conseguiste me dizer.
E elas eram belas e coloridas.

Pude também, tua boca beijar.
Ganhar teus abraços
sem ter nada que explicar.
Aconcheguei-me em teus braços
e comecei a flutuar...

E fui feliz ao teu lado
mesmo sabendo que depois, não lembrarias de nada.
Neste momento abençoado
eu fui tua mulher, amante e namorada.

Contei a ti todos os meus segredos
e, também, escutei os teus.
Mas não tivemos medos...
Era como se falássemos com Deus.

Assim, mesmo sem saber
mostraste-me todo o paraíso.
E mesmo que não possas compreender
doaste a mim, a força que tanto preciso.

E se dessa realidade esqueceste o conteúdo,
não faz mal. O que importa é que és tu
a beleza que eu vejo em tudo!


Tânia Regina Voigt