TÂNIA R. VOIGT

A Poetisa do Encanto e Magia



MARCA DA POETISA






quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

FELIZ ANO NOVO, AMIGOS E AMIGAS!





FELIZ ANO NOVO, AMIGOS E AMIGAS!


Hoje, eu quero agradecer

a todos os amigos e amigas

que me doam a alegria

de suas visitas, dos seus

comentários, das suas companhias,

ainda que silentes...

Muito obrigada! Beijo cada um

e deixo os meus mais sinceros votos de


UM FELIZ ANO NOVO!!!


Tânia Regina Voigt

QUIETUDES



QUIETUDES


Nada.

E dentro desse nada,

uma imensa quietude.


Agulhada.

No ouvido essa agulhada

atinge a amplitude...


Ensurdece!

Esse silêncio ensurdece

mais que qualquer saraivada!


Desce.

Aos confins d’alma desce

vasculhando tudo...


Encontrando nada...

Esse mesmo nada

que antecede a tudo...


E que se sabe!

Mas não impede que desabe

uma íntima tempestade.


A chuva é de saudade...

Não há mal tempo.

Quem sabe um contratempo?


O silêncio cresce,

morde, entristece...

Mas, é passageiro.


Essa é a verdade!

Logo vem o tudo sorrateiro

trazendo a felicidade


Que enternece,

Ilumina, fascina

e emudece...


Inquietudes...

Na semente que germina

o amor acontece...


Do nada... No tudo:

Nos atos, nos fatos

e nas atitudes.


Tânia Regina Voigt

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

AGONIA





AGONIA



Com o coração dilacerado,
peito espremido sufocado...
Tenta tirar dele a emoção
e toda sensação...
pra desnudar um sentimento.
Mas, não consegue, é só sofrimento...


Queria pôr pra fora, externar...
Tudo que não quer calar
Rasgar o sentido, a RAZÃO.
Parar de dizer sim e gritar: NÃO!
Precisava abrir o pensamento.
E que não fosse só o momento...


Quisera que não fosse tarde,
que não tivesse sido tão covarde...
Quando quis ser altruísta,
sem perceber, foi egoísta...
Pois pra si só sobrou o lamento.
E não teve nenhum alento...


Um coração sempre tão puro,
também tem o direito de ser duro
e extravasar todas as dores
de um viver a distribuir só flores
pra receber em troca o abatimento...
O desespero e o confinamento.


Quem dera pudesse expressar
essa dor que está pra findar
com uma vida inteira de luta.
De um sobreviver à força bruta...
Porém, é tarde pra arrependimento.
Agora, só resta esse tormento...


O tempo é um longo esperar
Nem lágrima tem mais pra chorar
A vida já não vale de nada
Assim, segue correndo parada...
Parece não ter fim esse tempo cinzento.
Tudo é devagar e é tão lento...


Se não cessar esse inverno
a alma permanecerá no inferno
buscando todo o dia
suportar à eterna agonia...
E perguntando sempre:

_ Até quando?


Tânia Regina Voigt

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

CARTA DE NATAL



Prezado Papai Noel,


Mais uma vez está chegando o Natal e muitos irão te procurar para pedir mil coisas... Sabe Papai Noel? É até de rir, porque muito embora nessa data tenham decidido num dado momento, lembrar o meu aniversário, mesmo não sendo de fato a data do meu nascimento, e nem sei por que tomaram essa decisão, mas como assim resolveram, eu aceitei. Não reclamei, nem nunca te pedi nada. Nem para os outros, nem para mim... Como também, jamais ganhei alguma coisa: Brinquedos, roupa ou doce (por mais simples que fosse...), de nenhuma dessas pessoas que tanto se alegram no Natal. Tudo bem... Não faz mal. Também, jamais ganhei coisa alguma daquelas outras pessoas que tanto se entristecem nessa época do ano, lembrando de suas infâncias difíceis, da falta de brinquedos, pão e pano.. Pois, tudo o que eu queria era que de fato lembrassem de mim, como se lembra assim, de qualquer pessoa a quem se ama e que num determinado dia, faz aniversário... Eu só queria isso, Papai Noel: que se lembrassem de mim.
Nem precisavam me dar presente algum, nenhum relicário, pois eu sei como a vida anda difícil para a maioria das pessoas. Que os preços andam pela hora da morte e que no Natal eles ficam piores ainda... Mas, eu queria um abraço, um sorriso, um desejo de boa sorte, de Paz, de felicidade. Um minuto de atenção!
Só um minuto, Papai Noel.
Mas, parece que as pessoas, que já andam muito ocupadas o ano inteiro com suas vidas, suas dívidas, seus compromissos, suas vontades... No natal, estão de novo ocupadas. Agora, com as festividades, com os presentes que querem dar e receber... Se preparando, ou já com suas árvores armadas. Porém, o que no meu pensamento não cabe e eu não consigo entender, é que nem um desses presentes
seja para mim. Por que será, Papai Noel? O senhor sabe?
Eu acho tão estranho, Papai Noel, que algumas pessoas dizem que esse é o momento da caridade, da fartura, da alegria, do amor, da aproximação entre aqueles que se querem bem, ou que são queridos pelos outros... E muitos reclamam sua desventura, a falta de uma visita, o som de um telefone, porque se sentem mal amados, desprezados, injustiçados... Contudo, não lembram de investir uma hora do seu precioso tempo num asilo de idosos abandonados, levando mais do que um panetone, um sorriso no rosto, um abraço sincero, uma vontade franca de lhes ouvir, de cantar com eles, de contar e ouvir estórias, lembranças de tempos bons. De dar-lhes um aperto de mão, como símbolo de gratidão pelos seus anos dourados desperdiçados, ou não, com trabalhos realizados para que esse mundo fosse o que hoje é.
Eu acho curioso, Papai Noel, que algumas pessoas dizem que essa é uma época triste, já que tudo é comércio e que de fato ninguém mais lembra o verdadeiro espírito de natal. E que, além disso, têm tantas lembranças tristes de tempos passados, e até dos dias atuais, pois sabem que enquanto numa esquina as luzes e sons de uma mansão em festa são vistos e ouvidos a distância, noutra esquina tem uma criança chorando de fome...
Mas, nem assim, tentam ir a uma loja de brinquedos baratos e comprar meia dúzia que fosse, para diminuir as estatísticas dos que irão passar esse natal chorando, por não receberem nada do Papai Noel... E não entenderem porque o senhor só vai às casas ricas, deixando de ir nas que mais precisam.
Eu acho peculiar ainda, que as pessoas passem o ano pedindo dinheiro e saúde, em orações. Mas, na época de natal, não lembram seus semelhantes que tristes e solitários, passam dentro de um quarto de hospital, ou pior: num corredor. Deitados em macas, no chão, sem colchão, nem cobertor. Sem uma visita, às vezes, até sem comida e quem é que acredita, sem nenhuma palavra, um gesto de amor?
Mas, de tudo isso o que eu acho mais bizarro em todas as verdades que aqui eu narro, é perceber, sem conseguir entender, por que as pessoas se preocupam tanto em dar e receber coisas boas o ano todo, passam o tempo inteiro me pedindo coisas... E eu as atendo, sabe Papai Noel?
Mas, no meu aniversário, elas se esquecem de mim... Isso me deixa tão triste...
Então, eu pensei que talvez, tu pudesses me ajudar só dessa vez, Papai Noel... Ouvindo o meu desabafo, já que eu sei que por mais que tu queiras, não poderás me dar o presente que tanto eu desejo... Embora, o que eu queira seja algo muito simples. Pois, não sonho que tu me tragas presentes caros, mas almejo um presente tão valioso, que não há dinheiro que o pague. Eu não quero presentes difíceis de encontrar, mas apenas os mais sensíveis
saberão onde achar algo tão precioso...
O presente que eu quero Papai Noel, e que eu acredito que mereço
e tenho todo o direito de pedir, eu sei, é
que os homens aprendam a amar uns aos outros, como eu vos amei...

Porque o dia que o homem apreender a amar seu semelhante como a si mesmo, não haverá mais miséria na face da Terra, nem dor, nem fome, nem guerra...

E só assim, nós poderíamos dizer com toda a sinceridade:
_ FELIZ NATAL A TODOS!

Todavia, sabendo da dificuldade de ser ouvido,
só posso continuar triste e cabisbaixo.
Mas, um pouco mais leve, por crer
que alguém vai parar pra pensar em tudo isto...
Agradeço a tua atenção, Papai Noel,
despedindo-me com amor e assinando embaixo...


Jesus Cristo


(Tânia Regina Voigt)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

SOU




SOU


Sou folha branca
sobre uma mesa esquecida.
Um tinteiro do lado, desejando
riscar minhas linhas, marcar meu compasso
e grifar todas as entrelinhas.

Sou gaivota andarilha
rasgando os céus sem limite,
buscando um raio de sol que aqueça.

Sou alma dividida, sozinha entristecida.
Que ao sentir-se parcelada,
fecha a conta e naufraga sentida

Sou pura fantasia.
Um viver sem melodia,
no ritmo de uma nota só.

Sou tudo e não sou nada.
Virei marmelada!
Excremento...


Tânia Regina Voigt


Poema publicado no Planeta Literatura em 31/05/07

DESENCONTRO DE ALMAS




DESENCONTRO DE ALMAS


De vontade,
derreti-me em lira,
transformei-me em música
pelas noites quentes.

Tornei-me pássaro,
voei sobre lençóis de nuvens
e cheguei junto a ti.

Sonhei com o encontro,
chorei a saudade
e pensei no momento de ser
só tu e eu!

Fiz-me anjo pra ser teu,
planei no ar com as cigarras
e vislumbrei um novo dia...

Mas, se louca, insaciável
por querer esse teu tudo
e dele tanto necessitar,
pedi perdão por te amar,
citando em cada situação
o que te diria.

O coração acelerado,
a voz presa...
Num suspiro dobrado,
lancei as cartas na mesa.

Deixei de ser alma vazia
e como guerreira e fêmea
encontrei minh´alma gêmea.

A mesma que me fazia correr
em busca de uma fotografia,
toda a noite e todo o dia.

E, gêmeas, precisam se reencontrar.
Foi por isso, que pedi pra voltar...
Mas minh´alma da tua
continua a se perder...


Tânia Regina Voigt


sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

PORQUE EU SOU POETA


PORQUE EU SOU POETA


Até parece um chiste
Mas, fato é, e triste
No verso tudo eu traço
E no real nunca faço
Mas traço minha meta
Porque eu sou poeta

Cada verso, cada linha
Ilusão dessa cabecinha
Que viaja e sonha só
Num mundo sem amor nem dó
Subo aos céus de bicicleta
Porque eu sou poeta

E, quando só, mesmo assim
Sinto teu calor em mim
Deito
na cama ao teu lado
E invento até o passado
Vou à igreja e dou coleta
Porque eu sou poeta

Intimamente sei, é ilusão
E mais aperta o coração
Por que no fim de cada dia
O que sobra é pura melancolia
Então, da tristeza faço poesia
E viro sumidade, atleta
Porque eu sou poeta

Vivo de migalhas, do resto
E nem sei pra que eu presto
Não sou velha, nem sou nova
Risco soneto, traço trova
No inconsciente rasgo o poema
Na vida seguro meu dilema
Sozinha ou com o povo
Eu tento tudo de novo
Mas não tiro o meu da reta,
Porque eu sou poeta

Não tenho endereço, nem idade
Vivo em insana mediocridade
Cultivo e multiplico o Amor
Sozinha eu enfrento o pavor
Um é o mesmo que cem
Vivo entre tantos, sem ninguém
Navego oceanos em motocicleta
Porque
eu sou poeta

Viajo num mundo colorido
Onde tudo é puro e bonito
Invento até a invenção
Tudo é fruto da imaginação
Vou a qualquer lugar
É só me concentrar
Esqueço o desamor, a solidão
E criador vira criação
Amor entrega devoção
Como ensinou o maior profeta
Porque eu sou poeta

Sonho e canto paixões
Flores e dores dos corações
Rabisco vontades e sensações
Narro tristezas, saudades,
Grito de emoção, felicidades
Que tu lês e não soletra
Porque eu sou poeta

Mas, o que me põe mais medo
É que de tudo isso vivo o arremedo
Por que se tudo me afeta
De maneira sutil ou direta
Eu não passo de pobre poeta
Que apesar de tudo jamais vai deixar
De com os atos humanos se emocionar
Porque eu sou poeta
E poeta só sabe Amar!
E nessa natureza planar
Nadar
Voar
Flutuar
Sonhar
Chorar
Sofrer
E escrever...

Escrever até morrer
Porque eu sou poeta
E poeta escreve pra viver
Sonha prazer
Vive pra ser
Poeta
Poeta do Amor!


Tânia Regina Voigt



domingo, 18 de outubro de 2009

FEITO MIDAS _ (Soneto)


FEITO MIDAS

Se agora sangram tanto ao recordar,
a beleza das tardes repartidas
nas telas que pintei num só esperar,
mais sulcadas ficam minhas feridas.

E eu nem sei como pude acreditar
na placidez assim... Sem despedidas.
Ah, que insana eu fui por assim tentar
transformar tudo em ouro, feito Midas.

Em forte e respeitável aliança,
sonhando unir ao meu, teu lindo nome
fui erguendo mil castelos de esperança!

Mas, o ouro um dia também, derrete e some...
E o que sobeja agora na lembrança,
o mais triste, é que o rei morreu de fome.

Tânia Regina Voigt