AGONIA
Com o coração dilacerado,
peito espremido sufocado...
Tenta tirar dele a emoção
e toda sensação...
pra desnudar um sentimento.
Mas, não consegue, é só sofrimento...
Queria pôr pra fora, externar...
Tudo que não quer calar
Rasgar o sentido, a RAZÃO.
Parar de dizer sim e gritar: NÃO!
Precisava abrir o pensamento.
E que não fosse só o momento...
Quisera que não fosse tarde,
que não tivesse sido tão covarde...
Quando quis ser altruísta,
sem perceber, foi egoísta...
Pois pra si só sobrou o lamento.
E não teve nenhum alento...
Um coração sempre tão puro,
também tem o direito de ser duro
e extravasar todas as dores
de um viver a distribuir só flores
pra receber em troca o abatimento...
O desespero e o confinamento.
Quem dera pudesse expressar
essa dor que está pra findar
com uma vida inteira de luta.
De um sobreviver à força bruta...
Porém, é tarde pra arrependimento.
Agora, só resta esse tormento...
O tempo é um longo esperar
Nem lágrima tem mais pra chorar
A vida já não vale de nada
Assim, segue correndo parada...
Parece não ter fim esse tempo cinzento.
Tudo é devagar e é tão lento...
Se não cessar esse inverno
a alma permanecerá no inferno
buscando todo o dia
suportar à eterna agonia...
E perguntando sempre:
Tânia Regina Voigt
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